quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Alunos do Grupo de Paleontologia na XXXVI Feira Nacional de Minerais, Gemas e Fósseis Lisboa.

  Alunos do Grupo de Paleontologia visitaram a Feira, cumprindo mais uma vez a tradição de visitar esta Feira todos os anos.

Esta tradição já existe desde 1995.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

1º Prémio do Concurso Jovens Cientistas 2022

 Ao João Diogo, ao João Grenho e ao Rodrigo Vitorino (que iniciam os 9º e 10º anos na Escola Luís Freitas Branco) coube a tarefa de apresentarem o trabalho realizado durante dois anos pelos vários alunos Grupo de Paleontologia, que integra o Clube Ciência Viva do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, na 16ª Mostra Nacional de Ciência.

Esta Mostra, que decorreu entre 8 e 10 de Setembro, na Alfandega do Porto, é a fase final do 30º Concurso Nacional de Jovens Cientistas, promovido pela Fundação da Juventude e pela Ciência Viva. Integrou 78 projetos, de 237 alunos dos ensinos secundário, profissional e universitário (incluindo 2 internacionais, de Espanha e do Brasil). A única exceção foram estes alunos do Grupo de Paleontologia, já que dois são ainda alunos do 3º ciclo e que assim eram os concorrentes mais novos de todo o Concurso.

Os trabalhos a concurso incluíam as áreas da Biologia, Ciências do Ambiente, Ciências Médicas, Ciências Sociais, Economia, Engenharias, Física, Informática / Ciências da Computação, Matemática, Química, Bioeconomia e, finalmente, Ciências da Terra, onde se incluía o seu trabalho “Pegadas de stegossáurios – o enigma!”.


Na sinopse do projeto que apresentaram à fase final - uma descrição simples e clara do trabalho para incluir na divulgação oficial da Mostra (máximo de 10 linhas), pode ler-se:

As pegadas fossilizadas fornecem informação sobre animais extintos que não pode ser procurada nos ossos e dentes. E um dos objetivos é o de tentar correlacionar icnitos e prováveis autores. Para os stegossáurios esse grau de incerteza é maior e os investigadores referem-se às suas pegadas como um "enigma". Em 2020 e 2021 deslocámo-nos à icnojazida do Bouro IV, descoberta por colegas do Grupo de Paleontologia da nossa escola e encontrámos novas pegadas. Este trabalho centra-se na descrição, análise e interpretação de duas pegadas tridáctilas. Demonstramos a sua origem stegossauriana e a sua referência a Stegopodus e a Deltapodus. Elaborámos uma escala numérica para classificar a fraca mesaxonia que as diagnostica. Pela primeira vez a nível mundial é assinalada a co-ocorrência de exemplares dos dois icnogéneros na mesma paleosuperfície. A pegada descoberta em 2021 constituí o primeiro exemplo de Stegopodus encontrado em Portugal e este morfotipo muito assimétrico é o segundo exemplo conhecido para a Europa”.


Apresentaram também um sumário (abstract) de uma página A4 com os aspetos mais relevantes do projecto:

Pegadas de stegossáurios - o enigma!

“As pegadas fossilizadas, como registo direto da atividade de seres vivos, fornecem informação sobre animais extintos que não pode ser procurada nos ossos e dentes, sobretudo quando estes são escassos ou inexistentes. A importância das pegadas como fonte de dados paleobiológicos e paleoecológicos é, portanto, insubstituível, mas a sua interpretação está sujeita a vários níveis de incerteza, incluindo a identificação dos autores. Um dos objetivos óbvios de qualquer icnologista é o de tentar correlacionar icnitos e prováveis autores - o "síndroma de Cinderela" (Lockley 2009). Especialmente para um grupo de dinossáurios, os stegossáurios, esse grau de incerteza é ainda maior e desde há muito que os investigadores se referem às suas pegadas e pistas como um "enigma" (Gierlinski e Sabath 2008).

Em 2020 e 2021 deslocámo-nos à jazida do Bouro IV, Salir do Porto, descoberta em 1997 por colegas do Grupo de Paleontologia da nossa escola, para “redescobrirmos” uma enorme pista de saurópode. Nessas saídas descobrimos novas pegadas. Este trabalho centra-se na descrição, análise e interpretação de dois contra-moldes tridáctilos que provavelmente representam a passagem de dois stegossáurios distintos, tentando ajudar a decifrar o tal enigma das suas pegadas.

Procedemos a uma revisão histórica dos eventuais tipos de pegadas de stegossáurios e avaliamos as diagnoses dos principais icnotaxa. Comparamos estas características com as dos nossos exemplares e com o registo icnológico conhecido para Portugal e global. Tentamos demonstrar a origem stegossauriana das duas pegadas e a sua referência a Stegopodus e a Deltapodus, para depois realizarmos algumas inferências de natureza paleobiológica. Como não existe uma classificação numérica para a fraca mesaxonia que caracteriza esta amostra, elaboramos uma escala que propomos seja utilizada para todas as pegadas tridáctilas e que passe a diagnosticar também as pegadas dos stegossáurios. Pela primeira vez a nível mundial é assinalada a co-ocorrência de exemplares dos dois icnogéneros na mesma paleosuperfície. A pegada descoberta em 2021 constituí o primeiro exemplo de Stegopodus encontrado em Portugal e este morfotipo muito assimétrico é o segundo exemplo conhecido para a Europa”.

Palavras chave: stegossáurios, pegadas de stegossáurios, Deltapodus, Stegopodus, mesaxonia


Apresentaram um Relatório escrito (“máximo de 10 páginas”) e Anexos com as seguintes informações: fotografias, gráficos e um powerpoint (esta sessão).

Ao nosso trabalho foi atribuído o 1º Prémio; e um prémio especial – Professor Coordenador do 1º Prémio; e fomos também premiados com a participação na MOSTRATEC (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia) que vai decorrer em Novo Hamburgo, Brasil.


O Júri era composto por mais de 20 elementos (professores e investigadores), que avaliaram o nosso trabalho presencialmente.


Para ver o relatório vá a: https://www.slideshare.net/celestinocoutinho/pegadas-de-stegossaurios-o-enigma-relatrio

terça-feira, 5 de junho de 2018

Alunos do GP presentes no XIII Congresso Cientistas em Ação

No dia 20 de Abril 4 alunos do 6º e do 7º anos apresentaram o trabalho Jazida da praia do Salgado - pegadas de "galinhas com dentes"? no XIII Congresso Cientistas em Ação, promovido pelo Centro de Ciência Viva de Estremoz

https://www.slideshare.net/celestinocoutinho/jazida-praia-do-salgado-2018-estremoz2

Os resultados não foram os esperados - uma menção honrosa.

https://www.slideshare.net/celestinocoutinho/estremoz-poster-20181

https://www.slideshare.net/celestinocoutinho/estremoz-poster-20182



terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Os alunos do G.P visitam a XXXI Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis

Mais uma vez os alunos de paleontologia voltaram á feira de rochas fósseis e minerais.


Havia fósseis bastante raros, bonitos, dispendiosos e baratos.


Vemo-nos para o próximo ano!!!!


quarta-feira, 5 de julho de 2017

Avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – Grupo de Paleontologia

Foi publicado o relatório de avaliação externa do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos 2016-2017, onde funciona na Escola Básica  o nosso Grupo de Paleontologia.  Relativamente ao Grupo de Paleontologia pode ler-se no domínio da Prestação do serviço Educativo:

É de salientar o funcionamento continuado do Clube de Paleontologia, que desenvolve um conjunto alargado de atividades cientifico-pedagógicas e contribui para a produção de conhecimento e não meramente para a sua reprodução, tendo já sido premiado e publicado artigos de índole científica.” (página 7)


Relativamente ao desempenho do Agrupamento, a avaliação externa realça os seguintes pontos fortes:

“…Implementação de atividades práticas, de caráter laboratorial e oficinal, e saídas de campo, que fomentam uma atitude positiva face ao estudo do meio, às disciplinas de ciências e de índole profissional, com destaque para o Clube de Paleontologia, que desenvolve múltiplas iniciativas científico-pedagógicas…” (página 12)

O Grupo de Paleontologia foi consultado para fornecer dados sobre aspetos geológicos / paleontológicos no passeio marítimo de Oeiras

O Grupo de Paleontologia foi consultado para  fornecer dados sobre aspetos geológicos / paleontológicos importantes encontrados na frente estuarina entre o Forte de S. Julião da Barra e a praia de Caxias no âmbito do proposta de Plano de Urbanização da Subunidade Operativa de Planeamento e Gestão Litoral Poente do Concelho de Oeiras (PU). No relatório de caraterização e diagnóstico do PU (Câmara Municipal de Oeiras, 2017) foram assinalados as ocorrências seguintes:

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Não existem no concelho de Oeiras ocorrências que tenham justificado a identificação de monumentos geológicos ou geossítios, mas à escala local e em resultado da análise desenvolvida nos capítulos anteriores (história geológica, geomorfologia e riscos), considera-se que os seguintes elementos marcantes deverão ser salvaguardados e promovidos (na sua vertente científica, pedagógica e/ou cultural) pela intervenção no quadro do PU:

1. Afloramento de basalto, praticamente em frente ao marégrafo (outro ponto de interesse pedagógico e cultural). Exemplifica alguns dos fenómenos de intenso vulcanismo do final da Era Mesozóica (cerca de 70 milhões de anos) que surgem no chamado "complexo Lisboa - Mafra". A presença de alguns pequenos cristas esverdeados de olivina sugere uma ascensão do magma em dois tempos, indicando um vulcanismo do tipo efusivo que terá ocorrido num ambiente sub-aéreo.

2. A observação de solos de cor avermelhada, em ambos os lados do afloramento anterior. Esta cor não é vulgar, mas resulta da desagregação demorada do ferro existente no basalto e que subiu do interior da terra até à superfície.

3. Quase em frente, e portanto do lado da água e só visível em marés muito baixas, temos um outroafloramento de basalto, de tipo distinto, indicando atividade vulcânica mais do tipo explosivo.

4. Afloramento de calcário esbranquiçado, muito resistente, logo a seguir ao forte de S. João das Maias (quase em frente a um repuxo de água), repleto de fósseis - neste caso são icnofósseis, produzidos provavelmente pela atividade escavadora de crustáceos decápodes, do tipo caranguejos. Estes cavavam tocas em lamas carbonatadas num mar quente de pequena profundidade, que mais tarde fossilizaram e são conhecidas pelo nome científico de Thalassinoides. Estas tubulações e galerias apresentam comprimento e espessura muito distintos, mas quase sempre em forma de T e de Y, quase sempre com disposição horizontal (mas com alguns casos em que é oblíqua ou quase vertical), sempre com paredes lisas.

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5. Na curva logo a seguir à foz da ribeira da Lage (no sentido Paço de Arcos - Oeiras), observam-se 2 estruturas lineares paralelas, dispostas ao longo de quase 40 metros, “impressas” em calcários micríticos do Cenomaniano (início do final do Cretácico, cerca de 90 milhões de anos). Colocando de lado uma origem animal ou vegetal, a hipótese mais provável indica que terão sido produzidos pela atividade do homem, e que seriam os dois lados do assentamento de carris, já que por ali se localizava uma pedreira de exploração de calcário. Várias perfurações na rocha, ovais e com disposição muito regular, sugerem que ali poderia ter assentado algum tipo de plataforma de embarque dos blocos retirados da pedreira.

6. Eventuais pegadas de dinossáurios - frente ao restaurante do INATEL surgem algumas depressões que são muito semelhantes a pegadas tridáctilas atribuídas geralmente a bípedes carnívoros. As dimensões, morfologia e outras caraterísticas / critérios sugerem que representam icnofósseis, embora muito mal preservados (57).




Fig. 170 - Representação dos valores geológicos e paleontológicos representativos a preservar conforme a descrição nos parágrafos anteriores (Fonte: Grupo de Paleontologia, EBI Dr Joaquim de Barros, 2016.)

Este levantamento é um contributo do Grupo de Paleontologia da Escola EBI Dr Joaquim de Barros, de Paço de Arcos, coordenado pelo Prof Celestino Coutinho, cujos trabalhos têm sido divulgados e premiados em congressos nacionais de Geocientistas em Ação promovidos pela Ciência Viva.

Este levantamento teve como base vários projetos desenvolvidos pelo Grupo de Paleontologia ao longo de vários anos:








terça-feira, 30 de maio de 2017

Alunos do Grupo de Paleontologia recebem prémio de 2º lugar no XII Congresso Cientistas em Ação – Centro de Ciência Viva de Estremoz

Quatro alunos dos 6º e 7º anos do Grupo de Paleontologia concorreram ao XII Congresso Cientistas em Ação, promovido pelo centro de Ciência Viva de Estremoz: Rodrigo Araujo, Joâo Cazalta, Inês Chelinho e Joâo Roboredo com o trabalho Pegadas de dinossáurios na serra do Bouro: «pegadas estranhas»! Enviaram o resumo, construíram um poster e fizeram a sua apresentação perante um júri e um público interessados.





Eis o resumo enviado: Pegadas de dinossáurios da serra do Bouro: pegadas estranhas Rodrigo Araújo João Cazalta, Inês Chélinho, João Reboredo1 & Celestino Coutinho2 Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – Grupo de Paleontologia (GP) O registo fóssil é importante para conhecermos a vida no passado., especialmente o registo osteológico que fornece dados sobre os animais – taxonomia, dimensões, tipo; mas o registo icnológico, sobretudo o das pegadas e pistas, complementa-o, revelando dados que o registo esquelético não fornece. É o caso de vários tipos de comportamentos, capacidade locomotora e dinâmica da progressão, postura, estilo de vida e hábitos de vida. Acresce que para uma dada formação geológica a preservação dos dois tipos de fósseis é quase antagónica, implicando que a preservação de pegadas e de esqueletos raramente coexistam. Em Portugal, o registo fóssil de pegadas de dinossáurios mesozóicos é significativo. É tão importante que por vezes suplanta o registo esquelético, especialmente o dos autopodes, membros e cinturas. O que implica que temos maior número de morfologias distintas de pegadas e de configurações de pistas do que esqueletos, de onde deriva o célebre «síndrome da Cinderela» - tentar encaixar os (escassos) esqueletos com a grande variedade de pegadas/pistas reconhecida. Entre os dinossáurios que mais nos espantam estão os colossais saurópodes, os maiores herbívoros que alguma vez pisaram terra, e, especialmente depois do filme “Jurassic Park”, os terópodes raptores, do grupo dos deinonicossáurios, como o célebre Velociraptor. As capacidades terrestres dos saurópodes estão evidenciados pela morfologia dos membros e ossos axiais, mas são muito mais espantosas quando analisamos o seu registo icnológico, De fato, para além de fornecerem evidencias sobre as capacidades de progressão em terra firme, pegadas e pistas fornecem dados temporais, espaciais e indicam caraterísticas que permitem estabelecer hipóteses sobre a evolução da locomoção. Mas também são ferramenta essencial para tentarmos reconhecer os principais subgrupos produtores de um registo icnológico que surge como cada vez mais diferenciado: largura interna das pistas, heteropodia, morfologias distintas tanto de pés como de mãos, localização relativa das pegadas das mãos, morfologia, dimensões relativas e orientação dos unguais e dígitos, …Para além dos morfotipos conhecidos (e previstos), podem-se distinguir outros icnomorfotipos de origem saurópode que não correspondem à anatomia autopodial de nenhum taxon conhecido através do registo esquelético. Assim, tentamos analisar os vários morfotipos de pegadas e pistas reconhecidos, em todas as suas possíveis combinações, tentando correlacionar cada um deles com o subgrupo que representa o mais provável candidato autor, utilizando sinapomorfias (caraterísticas exclusivas) e distribuições temporais e espaciais. Por outro lado, a questão “os saurópodes, os maiores herbívoros terrestres da história da Terra, formavam grupos monoespecíficos ou estes grupos incluíam diferentes espécies?“ (como acontece atualmente com os grandes ungulados das savanas africanas) há muito que está em debate e o registo osteológico é relativamente escasso para fornecer evidências inequívocas. Estes herbívoros eram presas de dinossáurios predadores – os terópodes, mas o reconhecimento de pistas destes bípedes sincrónicos com as dos saurópodes não é muito abundante no nosso País. A descoberta de uma nova jazida do final do Jurássico na serra do Bouro e a sua análise poderá permitir responder a algumas estas questões. Neste trabalho pretendemos identificar e reconhecer um «novo» tipo de pista de saurópode, cuja atribuição a um determinado grupo taxonómico de saurópodes é difícil. Por outro lado, pode confirmar, pela segunda vez a nível mundial, a coexistência e passagem em simultâneo de dois tipos distintos de saurópodes. E permite reconhecer um segmento de pista de terópode que, apesar da má qualidade da preservação, poderá representar a evidência mais antiga da passagem de um deinonicossáurio (o grupo que inclui os famosos «velociraptores») a nível mundial. A jazida, a que chamamos de Bouro 1, foi descoberta em 1995 por um professor de Geografia das Caldas da Rainha, num local conhecido por “Pedras Negras”. Em muitas saídas sucessivas posteriores, colegas do GP limparam e removeram terras, arbustos e entulho, colocando à vista mais exemplares em diversos afloramentos deste nível calcário do final do Jurássico (Kimmeridgiano). Continuámos a limpar e a remover terras de cobertura, mapeámos para manga plástica e acetato pegadas e pistas, fotografámos as amostras, analisámos este registo. Abordámos os diferentes tipos de pegadas e pistas de saurópodes reconhecidos e as inferências relativamente à sua origem a nível taxonómico mais elevado. Analisámos e comparámos este registo fóssil com o reconhecido a nível mundial. Tentamos inferir qual o grupo de saurópodes que poderia ter sido responsável pelo novo “tipo” de pegadas/pista. Analisámos o registo icnológico atribuído a deinonicossáurios a nível mundial e comparámos esta ampla amostra (mas só descoberta e identificada recentemente) com o pequeno segmento de pista identificado num dos afloramentos do Bouro I.

Link para o poster:
Link para o powerpoint: